Planejar ou não planejar? Eis a questão.
O texto de hoje está um dia adiantado porque o desafio NaNoWriMo começa dia 01/11, pensei que talvez alguns dos processos que estão funcionando para mim ajudem alguém mais.
Eu sempre escrevi histórias sem muito planejamento prévio. Uma imagem surge na minha mente, uma sensação desperta uma ideia... então eu me sento, às vezes com um caderno na mão, às vezes o computador, e começo a escrever.
Parece simples, e, de certa forma, eu sempre pensei que fosse assim de fácil. Há quem pense, como eu antigamente pensava, que a inspiração é um espírito livre que jamais pode ser deliberadamente invocado, simplesmente surge quando lhe apetece.
Pelo contrário, há opiniões de que a disciplina e uma rotina de estudos favorece o aparecimento da criatividade. Encarar uma mesma atividade sob as mesmas circunstâncias condiciona o seu cérebro para trabalhar naquilo. Devo admitir que ainda estou sofrendo um pouco para vencer a procrastinação e o bloqueio criativo apesar de já ter estabelecido uma rotina de escrita (há não muito tempo, diga-se de passagem).
Por essas razões é que fiquei em dúvida se eu deveria planejar a história que vou escrever para o desafio de novembro ou seguir meu coração. Mas então apareceram informações nos grupos de escritores que estou participando que me motivaram a elaborar um planejamento para poder focar somente no processo da escrita durante o mês de novembro.
Ultimamente para o conto das Botas meu máximo de palavras diárias não chegava a 1000, então pensei que talvez com uma ideia mais clara sobre o lugar onde se passa a história, os personagens e que tipo de desenvolvimento eu quero para cada capítulo, apenas talvez eu consiga almejar a meta de 1667 palavras diárias do NaNoWriMo. Veremos.
Nesse processo, descobri vários métodos interessantes para planejamento de escrita. Comecei desenvolvendo a história pelo método The Magnificent 7 Plot Points no site StoryPlanner1, simultaneamente uma companheira de um grupo de escritores internacional deu a dica do Método da Bússola:
Norte: Gerar a ideia, decidir o gênero, criar um mapa para seu mundo e escrever uma sinopse de 200 palavras.
Leste: Expandir a ideia. Escrever em uma página toda ideia que você tiver para a história como uma grande lista – não precisa ser organizada nem cronológica.
Sul: Refinar a ideia agrupando os itens da lista anterior em categorias e alinhando cada categoria da maneira que soa melhor.
Oeste: criar um índice de acordo a estrutura do seu livro (exemplo: escolher um livro favorito como inspiração, O Hobbit tem 19 capítulos e 85.000 palavras, fazer desse o seu objetivo), e dê a cada capítulo um título e uma lista de ideias, então escreva um sumário de 200 palavras para cada capítulo no seu índice.
Geral: Depois de terminados os 4 passos, você pode começar a escrever seu esboço um capítulo por vez (exemplo 5.000 palavras cada), e apenas escrever as ideias que você tem para cada capítulo. Se você está escrevendo fantasia, romance, crime, etc, um mapa pode ajudar a criar a trama, como eles chegam daqui a ali? Onde eles se encontram e o que podem fazer ali? E por aí vai.
Esse planejamento eu gostei bastante, e fui em busca de sites para a criação de mundo, apesar de que sempre imaginei apenas uma cidade levemente assustadora, numa vibe como no filme Os Outros. Os dois melhores sites que encontrei foram:
World Anvil2
Inkarnate3
Acredito que ainda dá tempo de fazer um planejamento mínimo para começar o NaNoWriMo, para quem se interessar em participar. Muito em breve veremos a resposta para a pergunta no título desse texto, nada como ouvir de quem testou as duas maneiras.
Semana que vem tentarei trazer mais histórias, talvez uma crônica, além de falar apenas das dicas de escrita. Haverá também conteúdo diário no instragram4 durante o mês de novembro, para seguir a tendência #InstaWrimo.
Se você gostou, não esqueça de se inscrever, deixar um comentário e compartilhar!
Até a próxima!
Obrigada pelo comentário!
Sim, não só pelo pouco tempo até o NaNoWriMo mas como minhas história se passa no mundo real, talvez até sem tanta tecnologia, não queria demorar muito na criação do mundo. Mas foi divertido e acho que descobri aspectos cômicos para a história que não pensava antes, e isso pode mudar completamente a direção da história, até mesmo o gênero e público.
Saudações, adorei seu texto! Tempos atrás me deparei com um vídeo no YouTube tratando das diferenças entre Soft Worldbuilding e Hard Worldbuilding (o criador do vídeo fala principalmente de cinema, porém os conceitos também servem para a literatura). Ainda não tive coragem de publicar nada que escrevo, mas geralmente minha postura é a seguinte: Para estórias que exigem a criação de um mundo paralelo ao nosso — uma fantasia estilo terra média, com magia, criaturas e línguas fabricadas por mim, por exemplo — é melhor que haja bastante planejamento. J. K. Rowling era obcecada com isso; ela precisava saber mil vezes mais sobre o universo do livro do que o leitor. Por outro lado, às vezes uma estória exige uma abordagem mais soft, em que o universo é apenas pretexto para o enredo; está ali mais para colar as partes. Nesses casos, é mais divertido deixar que o mistério tome de conta (o que significa não despender muito tempo com planejamentos) — Lewis Carroll, por exemplo, não parou para explicar o funcionamento do mundo dentro da toca do coelho; preferiu deixar um mistério no ar, peças soltas, «sem sentido»; em suma, ele deu ao leitor a liberdade de fantasiar a respeito do que não foi explicado — apenas mencionado.
O link do vídeo é esse aqui: https://youtu.be/gcyrrTud3x4
Abraço!